domingo, 13 de fevereiro de 2011

MENSAGEM PARA DESPERTAR

A UNIÃO DA ALMA
COM CRISTO
“Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor toda a terra. Cantai ao Senhor, bendizei o seu nome, anunciai a sua salvação” (Sl. 96:1-2).

Toda a Escritura é rica em exemplos da vida comum para ensinar aos homens a simplicidade das coisas de Deus. Uma das figuras mais utilizadas pelo Espírito para fazer o homem compreender a grandeza da relação da alma com Deus é o casamento. Numa visão mais humana da Palavra de Deus, certamente podemos e devemos aplicar essas lições apenas para nossa pequena experiência, porém, algumas delas são instruções que falam de algo muito mais profundo e de incalculável importância: a união da alma a Cristo.

Em Cântico dos Cânticos, livro de veladas lições, considerado sublime e sacrossanto pelos pais da igreja, o Espírito Santo, por Salomão, descreve em metáforas toda a beleza contida na conturbada relação de Israel com Deus. Dizem que foi escrito enquanto o templo era construído. O templo foi o corolário do casamento de Deus com seu povo e o mais importante acontecimento daquele tempo e daquela fase da primeira aliança. Natural que um livro dessa grandeza fosse trazido ao povo para celebrar esse grande feito.

As figuras utilizadas pelo Espírito falam da relação entre dois seres, que se encontram numa profunda e riquíssima comunhão de amor. Numa interpretação superficial e carnal não há como enxergar para além disso. Há, porém, algo majestoso na história que escapa aos olhos dos homens carnais. Na verdade o entendimento é simples, como simples são as coisas de Deus e por isso mesmo foi utilizada a mais simples e ao mesmo tempo o que deve ser a mais profunda das relações do homem na terra: o casamento. Desde o princípio de tudo Deus quis mostrar às Suas criaturas a grande importância existente na união entre dois seres para viver suas experiências, estruturando a família como base de tudo. Da mesma maneira, vai mostrando, com o tempo, que existe um casamento ainda mais importante que esse: o casamento da alma com Deus. As figuras representam a realidade: o esposo, o Cristo, que ama a esposa incondicionalmente; a esposa, a igreja (a alma), que busca ardentemente o amor de Cristo. Da união, nasce um só corpo tornando todos os bens comuns a ambos, tanto a felicidade eterna, quanto as naturais tribulações da vida, como em todo casamento. De posse desta sabedoria pode-se compreender porque razão Paulo afirmava que a alma unida a Cristo não mais vive, mais Cristo vive por ela.

Para Cristo nada é mais importante que sua igreja (a alma). Para a alma nada é mais importante que o amor de Cristo (seu esposo). A igreja imaculada é a alma unida a Cristo. E o amor que nutre essa relação transcende qualquer comparação humana e talvez para aproximar o homem desse entendimento, o Espírito Santo relaciona com a relação de casamento entre um homem e uma mulher, facilitando assim a compreensão do amor de Cristo, que não quer outra coisa que não seja proporcionar a salvação e, portanto, a paz entre os homens. A misericórdia de Deus é o grande remédio para a cura de todos os males, da mesma maneira que a misericórdia entre os homens é a solução para todos os problemas nas relações. Cristo recebe todas as almas com suas muitas misericórdias e assim mesmo quer que recebamos uns aos outros.

A união da alma a Cristo, portanto é o grande propósito de Deus e o mais importante acontecimento da trajetória da vida do homem rumo ao Pai, em busca da perfeição. Não mais a perfeição virtuosa talhada pelo homem, mas a milagrosa obra do Espírito Santo que reveste de incorruptibilidade a alma corruptível (ICo.15:54), tornando assim perfeita a alma imperfeita, quando ela está unida a Cristo, tragando a morte na vitória por nosso Senhor Jesus. Este é o futuro de todos os filhos e filhas de Jerusalém (humanidade). E assim como o selo do amor humano é o beijo, o selo do amor de Cristo é o beijo espiritual (Ct.1:2) que, como um maná que cai dos céus, representa a efusão do Espírito Santo na alma do crente, trazendo salvação pela fé, iluminação pelo conhecimento, como também o fogo consumidor do amor de Deus a purificar totalmente a alma (Hb.12:29).

Com Cristo a fidelidade a Deus se estabelece (Rm.3:31), não havendo mais a possibilidade da alma prostituir-se com a mulher estranha (o mundo), cujos lábios destilam mel, mas tem fim amargoso como o absinto e agudo como espada de dois gumes (Pv.5:3-4). Por esta razão o adultério, a desonra, a hipocrisia, a desonestidade, a inveja, a soberba e toda maldade não encontram mais lugar na alma unida a Cristo, simplesmente porque todas essas coisas são resultado de uma vida sem Cristo. Em Cristo não há pecado. Busquemos, portanto, ardentemente esse casamento e que ele produza muitos frutos em nossas vidas. Depois das bodas, a alma do crente passa a ser como árvores plantadas junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, não receando quando vem o calor (Jr.17:8).

Exultemos, pois, e sigamos firmes no caminho reto, sem pender nem para a direita e nem para a esquerda, certos de que o Senhor está adiante de nós e em nossa retaguarda, em nosso deitar e em nosso levantar (Sl.139). Nada há mais importante para a alma unida a Cristo do que receber o amor que emana d’Ele sobre todas as criaturas. AMÉM!

Nenhum comentário:

Postar um comentário